|
A palavra Yoga é uma palavra sânscrita derivada da raiz “Yuj”, que significa “atar, reunir, religar. Significa também união ou comunhão da nossa alma individual (Jivatman) com o Príncipio Supremo (Paramatman)”
(Hermógenes, J. – Iniciação ao Yoga)
Se há a necessidade de religar é porque de alguma forma nos desligamos do Princípio Supremo, assim nos encontrando num estado de dualidade e identificação com aquilo o que parecemos ser, a personalidade. O Yoga nos propõe o caminho de retorno, à volta a conexão daquilo o que somos, a manifestação do Universo Absoluto.
Yoga é experiência diária, tornando-se uma ciência estritamente prática e vivencial, vamos acessando o “estado de yoga” através da prática constante da auto-observação, seja ela na prática de ásanas (posturas), pranayamas (expansão da energia vital), dhyana (meditação), e, através da observação de nossa conduta perante nós mesmos e o meio externo ao qual estamos totalmente interligados (yamas e nyamas).

Sri Patanjali foi quem sistematizou e organizou a estrutura prática do Yoga através de sua obra clássica, os Yoga Sûtras. Estes compreendem um conjunto de 196 aforismos que tentam explicar o que é, quais são os objetivos e como atingir o estado de Yoga.
Patanjali descreve Yoga como sendo “a contenção das flutuações da mente” (“chitta vrtti nirodhah”).
Para Patanjali são oitos os estágios (Ashtanga Yoga) da Yoga como meio para atingir a totalidade do Ser, são eles:
- Yamas: correspondem ao desenvolvimento de uma vida ética e moral harmoniosa, sendo: Ahima, não violentar; Satya, comprometimento com a Verdade; Asteya, não tomar posse do que não lhe pertence, seja material ou imaterial; Brahmacarya, estar em harmonia com o Absoluto; Aparigraha, não-cobiçar, ter a compreensão do que é essencial a vida
- Nyamas: são os preceitos que se aplicam a disciplina individual, é o despertar das virtudes da alma: Sauca, a pureza de um estado integro de se viver; Santosa, o despertar do contentamento, da satisfação interior; Tapas, a disciplina que irá despertar a força de vontade para trilhar o caminho; Svadhyaya: a visão clara de Si mesmo através do auto estudo; Ishwara Pranidhana, a grande meta do caminho, entregar-se ao Absoluto.
- Ásanas: São as posturas corporais. Para Patanjali, o papel do Ásana é o de eliminar as perturbações que o corpo físico causa a mente, pois ambos são totalmente interligados
- Pranayamas: Compreendemos como sendo os exercícios respiratórios que tem o intuito de “controlar”, estender e expandir o Prana, a energia vital que manifesta e move tudo o que o que é vivo. O prana faz a ponte entre o corpo e a mente, para Swami Sivananda, controlar o Prana significa controlar a mente.
- Pratyahara: É a prática da educação dos sentidos, através do isolamento da mente dos estímulos sensoriais gerados pelo mundo externo. Pratyahara se torna o ponto de encontro das experiências externas (Yamas e Nyamas, Ásanas, Pranayamas e Pratyahara) e as experiências internas (Dharana, Dhyana e Samadhi) que a prática do Yoga nos oferece
- Dharana: É a concentração ou o processo de desenvolvimento da mesma. A mente vai sendo preparada para a experiência da meditação.
- Dhyana: É a meditação, o estado onde as oscilações da mente vão se contendo, o espaço vazio entre um pensamento e outro vai aumentando. É dito que nesse “vazio” Samadhi se realiza, a pura expressão do Ser é manifestada
- Samadhi: É o grande objetivo de Yoga, a Realização da expressão pura do Ser, a total integração com o Absoluto, a Iluminação.

Com a prática do Yoga, fortalecemos nossa postura física e emocional gerando um constante estado de equilíbrio interior, estimulamos todos os sistemas fisiológicos do corpo prevenindo doenças, em especial as psicossomáticas.
Uma mente forte necessita de um corpo forte e saudável, assim como se faz necessário o oposto. As técnicas do Hatha Yoga trabalham com o objetivo de fortalecer e equilibrar o corpo e a mente para que o indivíduo possa perseverar no caminho do autoconhecimento.
|
|