Namastê!!!
Aproveitando a poderosa energia de transformação do deus Shiva, nos inspiramos em postar um texto muito legal falando um poucos dos símbolos dessa divindade tão amada e reverenciada na Índia! Aproveitem!
Shivaratri é o festival de Shiva, acontece no décimo quarto dia da quinzena da lua minguante, entre o mês de fevereiro e março. É um festival dedicado ao Senhor Shiva, um dia muito especial para todos os que buscam o autoconhecimento. Nesse festival os devotos passam o dia cantando o nome do Senhor e a noite inteira em orações.
Shiva é a manifestação da energia transformadora, aquele que vem para remover a ignorância. Ele é o primeiro asceta, aquele que busca o isolamento. Dizem que quando Shiva entra em meditação, nada o consegue tirar desse estado, por isso ele é a força transformadora, que eleva a consciência. Quando se afirma que Shiva é o destruidor, essa destruição é daquilo o que é aparente e que encobre a realidade absoluta, é a destruição da ignorância. Shiva é o deus da disciplina, criador do Yoga, assim ele vem nos mostrar de que forma podemos destruir a ignorância e atingir moksha, a liberação do ciclo de nascimento e morte.
Shiva é representado de diversas formas: a mais antiga é encontrada em desenhos arcaicos e descoberta por escavações arqueológicas, Shiva Nataraja, ou Shiva dançarino, nessa imagem muito conhecida, ele aparece fazendo a dança cósmica (a dança da criação), envolvido por tochas e pisando sobre um anão, que representa a ignorância.
A forma mais tradicional de ilustrar Shiva é meditando nas neves do monte Kailasa. A brancura da neve representa a mente sattvica ou purificada necessária para meditar; seus olhos estão entreabertos mostrando que sua mente esta absorta no ser, enquanto seu corpo se relaciona com o mundo; em seu pescoço ele carrega uma cobra enrolada, esta representa shakti, poder, como também o ego (é venenosa quando ataca), sob controle usada como adorno somente; em sua cabeça a lua como enfeite (lua= memória, ego); sua arma é “trishula” ou tridente, simbolizando não só a destruição do ego e seus três tipos de desejos: físicos, emocionais e mentais, mas também a transcendência dos três mundos, dos três gunas (sattva, rajas e tamas) e dos três períodos de tempo (passado, presente e futuro). Pendurado no trishula, esta o tambor de Shiva ou Damaru que representa o som, o fenômeno da criação do qual fazem parte da manutenção e a destruiçao. No movimento do trishula, ou dos gunas, o tambor toca e a criação ocorre. O cabelo comprido mostra o seu poder, todos os tipos de energia concentrados na busca do conhecimento. O seu corpo esta coberto de cinzas, simbolizando a queima da ignorância, da ilusão e de todos os desejos; ele esta sentado sobre uma pele de tigre, que morreu de morte natural, por que o sábio senta-se no corpo (não esta identificado com ele), enquanto os mortais sentam-se no chão, simbolicamente, livre de todos os instintos animais. O seu veiculo é o touro Nandi, símbolo da sexualidade, o controle de Shiva sobre o touro simboliza o domínio sobre a natureza física. O linga é outro símbolo de Shiva e representa a força criadora voltada para si mesmo, voltada para o autoconhecimento. Shiva tem junto de si o Kamandalu, ou pote para água, representando a renuncia, o ascetismo, o viver com o mínimo necessário; também leva consigo o Damaru ou tambor que representa o som, o fenômeno da criação. Shiva possui vários japas malas (colares e pulseiras) de Rudraksha (representa a lagrima do Senho Shiva), que servem para disciplinar a mente e preparar para a meditação.
Enfim, Shiva é um Deus em que todos os opostos, morte e vida, bem e mal, luz e escuridão, se encontram e se reconciliam.
Texto retirado do livro “Mantras para o dia a dia” de Sonia Novaes, Rosângela Bassoli, Márcio Assumpção e Diogo Camargo. Ed. Átomo – Campinas 2011.
Om Namah Shivaya, Shiva Om Namo Namaha!!!